Introdução
Cálculo renal, litíase urinária ou, popularmente, “pedra nos rins”, é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia estima-se que 1 em cada 10 pessoas sofra de cálculo urinário, correspondendo a aproximadamente 15% da população brasileira. Essas pequenas formações sólidas podem causar desconforto significativo e afetar a qualidade de vida dos pacientes.
O que é?
Cálculo urinário é uma doença causada pelo acúmulo de substâncias minerais dentro do sistema urinário. É comparado com “grãos de areia” que acumulam dentro do rim e formam uma verdadeira pedra. Eles podem variar de tamanho, desde pequenos grãos até pedras maiores, e podem se formar em qualquer parte do sistema urinário, desde rins, ureteres (canal que leva a urina do rim para a bexiga), até a bexiga.
Cerca de 85% dos cálculos são compostos por cálcio. O resto é constituído por ácido úrico, cistina ou estruvita, principalmente. Os cálculos de estruvita (uma mistura de magnésio, amônio e fosfato) também são chamados de cálculos de infecção porque eles se formam somente na urina infectada.
Causas
Vários fatores podem contribuir para a formação dos cálculos. O principal é a desidratação crônica, a pouca quantidade de água ingerida e a urina concentrada favorecem o acúmulo dos cristais formando os cálculos. Além disso dieta rica em sódio ou proteínas, história familiar da doença, certas condições médicas como gota ou distúrbios metabólicos, bem como certos medicamentos apresentam grande influencia na formação da litíase urinária.
Sintomas
É muito comum que a descoberta do problema seja feita de forma acidental, após exames de imagem (ultrassonografia, tomografia computadorizada) realizada por outros motivos. Os cálculos, especialmente os pequenos, podem não apresentar qualquer sintomas, pois o que causa dor não é a apenas a presença dele e sim quando a pedra é grande o suficiente para causar uma obstrução da drenagem urinária até a bexiga, causando um acúmulo retrógrado de urina levando a distensão do sistema urinário, a conhecida cólica renal.
O principal sintoma é a dor em cólica, caracterizada por uma dor extrema e intermitente, geralmente localizada na região lombar (entre as costelas e o quadril), podendo se apresentar pelo abdômen e se estender até a região genital. Dificilmente esta dor pode ser controlada apenas com medicamentos orais e na grande maioria das vezes acaba fazendo com que o paciente procure um atendimento médico de urgência.
Outros sintomas e sinais incluem náusea, vômito, inquietação, sudorese, febre, sangue na urina e até apresentação de um cálculo ou fragmento de cálculo na urina.
Diagnóstico
O diagnóstico de cálculo renais geralmente envolve uma combinação de história clínica (frequentemente típica), exame físico e uso de exames de imagem, como ultrassonografia, radiografia simples de abdômen e tomografia computadorizada sem contraste. Entre esses métodos, a tomografia destaca-se como o mais eficaz para fornecer uma avaliação anatômica precisa do cálculo, identificar a região afetada, detectar complicações potenciais e contribuir para a definição do melhor tratamento a ser adotado.
Tratamento
A abordagem para tratamento do cálculo é individualizada, podendo variar de tratamento eletivo (programado) ou de urgência.
Cálculos pequenos nos rins, que não estejam causando obstrução ou sintomas como dor, infecções urinárias ou sangramento, geralmente podem ser acompanhados.
Nos casos de urgência, os cálculos impactados no ureter são os principais responsáveis pelas cólicas renais. Esses são especialmente preocupantes devido à possibilidade de obstrução completa do fluxo urinário, resultando na dilatação da via urinária e comprometendo o funcionamento do rim, além da possibilidade de causar infecções graves. Nessas situações, o tratamento de urgência, consiste na desobstrução através da passagem de um cateter que vai do rim até a bexiga (cateter duplo J). Quando os cálculos estão impactados no ureter sem complicações graves, a abordagem medicamentosa para terapia expulsiva conservadora, pode ser tentada. Caso a eliminação do cálculo seja bem sucedida, evita-se a necessidade de cirurgia.
Um método que ganhou muito destaque no tratamento das litíases devido à sua natureza minimamente invasiva, ausência de cortes, e alta eficácia para cálculos de até 2 cm, é a Ureterorrenolitotripsia Flexível. Neste procedimento, um dispositivo equipado com uma câmera é inserido através da uretra, permitindo a visualização da bexiga, ureter e alcançar o rim, onde o cálculo é identificado. Utilizando uma fibra laser, procede-se à fragmentação do cálculo, possibilitando a remoção dos fragmentos através do próprio canal urinário
Cálculos renais com mais de 2 cm podem exigir uma abordagem que envolve uma punção na região das costas, criando um orifício de aproximadamente 1 cm para acessar o rim. Através desse orifício é introduzido um aparelho endoscópico altamente eficaz, quer permite visualizar e fragmentar o cálculo. Este procedimento, amplamente utilizado para cálculos de maiores dimensões, é conhecido como Nefrolitotripsia Percutânea.
Prevenção:
Metade dos pacientes que tiveram um cálculo renal vão desenvolver outro dentro de um período de 5 anos, caso não adotem medidas preventivas adequadas. Uma prática essencial que serva para a maioria dos pacientes, é aumentar a ingestão de água. Para isso, pode-se verificar a cor da urina, que deve ser clara e quase transparente para indicar uma hidratação adequada. Se a urina apresentar uma tonalidade amarelada, é um sinal de que o paciente precisa ingerir mais água. Além disso, é fundamental seguir uma dieta equilibrada com baixo teor de sódio e sem excesso de proteínas, limitar o consumo de alimentos ricos em oxalato, como espinafre e chocolate, e evitar o tabagismo.
Importante também realizar exames de acompanhamento regulares com o urologista para monitorar a saúde dos rins e identificar precocemente sinais de complicações renais.
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