Câncer de Rim

Epidemiologia
O câncer de rim é responsável, respectivamente por 5% e 3%, de todos os cânceres em homens e mulheres, sendo o sétimo mais comum entre os homens e o décimo mais comum entre as mulheres. No Brasil, no ano de 2022, a incidência estimada foi de 10.688 novos casos.
O seu diagnóstico é raro em indivíduos com menos de 40 anos e geralmente acomete pessoas entre 60 a 70 anos, sendo duas vezes mais frequente nos homens que nas mulheres.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco que aumentam a chance de desenvolver o câncer renal são:
Tabagismo (principal)
Obesidade
Hipertensão arterial
História familiar da doença
Síndromes genéticas (como a síndrome de Von Hippel-Lindau)
Consequentemente, orientações como ter hábitos alimentares saudáveis, a atividade física, controle de peso e da pressão arterial e principalmente cessar o tabagismo atuam diretamente como fatores potencialmente protetores quanto ao desenvolvimento desta doença.
SINTOMAS
Apenas 6 a 10% dos pacientes apresentam os sintomas clássicos como dores na região lombar, sangramento na urina (hematúria) e massa abdominal palpável ao exame físico. Hoje em dia com a evolução dos exames de imagem e a maior disponibilidade desses, os tumores renais, permanecem, na sua maioria, assintomáticos e impalpáveis. Sendo assim, grande parte dos pacientes não chega a apresentar sintomas antes do diagnóstico. Quando presentes, os principais sintomas relacionados são:
Sangramento na urina (Hematúria)
Dor lombar
Massa abdominal palpável
Perda de peso
Manifestações de metástase como dor óssea e tosse persistente
Diagnóstico
Hoje em dia, a maioria dos casos é diagnosticada de forma incidental, pelo uso frequente de exames de imagem como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética realizados por outros sintomas ou motivos não relacionados ao câncer de rim.
A ultrassonografia, por ser um exame mais comum e de fácil acesso, é usualmente o primeiro a identificar um cisto ou massa renal. Em seguida, é indicada a realização da ressonância magnética ou tomografia computadorizada com contraste que fornecem uma avaliação anatômica mais precisa e, na grande maioria das vezes, conseguem estabelecer de forma segura as alterações da doença presente para definição do tratamento. O diagnóstico de certeza do tipo de tumor só é possível após a análise da peça cirúrgica (material retirado durante a cirurgia).
A tomografia computadorizada e a ressonância magnética além do papel no diagnóstico, têm funções cruciais na determinação da extensão da lesão, estadiamento e planejamento terapêutico mais adequado.
Outros exames adicionais como radiografia de tórax na investigação de metástases pulmonares, cintilografia óssea em caso de suspeita de metástase óssea e exames laboratoriais como hemograma completo, velocidade de hemossedimentação, dosagem de ureia, creatinina, proteína C reativa (PCR), cálcio, albumina, lactato desidrogenase (LDH), fosfatase alcalina e provas de função hepática são de extrema importância.
TRATAMENTO
O tratamento do câncer de rim visa a retirada ou destruição das células cancerígenas, em que grande parte das vezes, é realizado por um procedimento cirúrgico. A escolha da técnica a ser empregada e o seu planejamento, depende, da experiência do cirurgião, do estado geral e do risco cardiovascular do paciente, da localização e extensão do tumor e do estágio da doença (doença localizada ou doença espalhada – metástase).
O tratamento pode ser por:
Cirurgia por via aberta
Cirurgia por via Laparoscópica
Cirurgia robótica
Vigilância ativa ou terapias ablativas (crioterapia e radiofrequência)
Quimioterapia
A cirurgia laparoscópica e a robótica mais recentemente, foram evoluções da técnica cirúrgica aberta. Essas com o intuito de mimetizar os passos empregados pela cirurgia convencional, por meio de técnicas minimamente invasivas (cirurgia feita a partir da introdução de uma câmera no abdome por um orifício), cortes pequenos e menor resposta inflamatória cirúrgica ao paciente. Permitindo assim, menor dor e desconforto após a cirurgia, menor taxa de sangramento, menor tempo de internação hospitalar e retorno mais precoce às atividades do dia a dia.
As duas principais abordagens cirúrgicas no tratamento do câncer de rim, são a nefrectomia total (retirada de todo o rim) e nefrectomia parcial (retirada da parte do rim que contém o tumor ou retirada apenas do tumor), que preserva a parte do rim saudável e a função renal do paciente.
A nefrectomia parcial coloca-se como abordagem preferencial no tratamento da doença localizada. Após uma avaliação detalhada das características anatômicas do tumor, se tecnicamente possível, é preferível a nefrectomia parcial, principalmente em caso de paciente com rim único, múltiplos tumores ou função renal limítrofe. Com o desenvolvimento da plataforma robótica, tumores complexos puderam ser incluídos nessa opção cirúrgica. Já que o robô, com sua tecnologia, permite uma melhor destreza, maior precisão e maior facilidade para lidar com situações mais delicadas.
A nefrectomia total (retirada de todo o rim) deve ser reservada para os casos em que a localização do tumor e as condições locais impedem a realização da técnica parcial com segurança, bem como quando há acometimento da veia cava, da glândula adrenal ou possibilidade de linfonodomegalia (aumento dos linfonodos) próximos ao rim.
Existem casos de pacientes com lesões pequenas, idade avançada e que não sejam candidatos à cirurgia por conta, por exemplo, de doenças cardíacas ou pulmonares graves. Nesses casos podemos optar pela vigilância ativa ou terapias ablativas, as quais destroem as células cancerígenas por meio do calor (radiofrequência) ou do congelamento (crioablação).
Depois que o tratamento definido pelo médico em conjunto com o paciente é realizado, o seguimento regular com consultas com o urologista e o oncologista é de extrema importância. Esse acompanhamento tem o intuito da vigilância do controle oncológico e em caso de recidiva da doença, iniciar o tratamento direcionado de forma imediata com medicações complementares ou novo procedimento cirúrgico.

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